Ramones Museum @ Berlin - R$ 50


teste

18mar11

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Assistir Meu Nome Não é Johnny depois de Tropa de Elite é ótimo para perceber os discursos estéticos e políticos que atravessam os filmes e seus personagens frente a questão das drogas e da violência: de um lado o mais novo herói brasileiro, o garoto propaganda da cerveja turbinado como Capitão Nascimento e defendendo a “moral da tropa”, a “boa” policia que destila ódio e ressentimento contra Ongs de “menininhas bonitas bem intencionadas”, demoniza jovens que fumam maconha (“quantas crianças vão para o tráfico para esse cara fumar um baseado”) , e rotula todos com a mesma insígnia de “inimigos públicos número 1”: consumidores, traficantes, policia corrupta, ongs, todos merecem um “corretivo” dos camisas-preta.”

No site da Carta Capital, Ivana Bentes escreve um ótimo texto sobre Tropa de Elite, Meu Nome não é Johnny e a questão da legalização das drogas. Ivana é professora daUFRJ e foi quem criou a expressão “cosmética da fome”, na época de Cidade de Deus, a partir de um paralelo entre o filme e o manifesto A Estética da Fome de Glauber Rocha.


Na próxima segunda, dia 11, serão anunciados os ganhadores do prêmio oferecido pelo Design Museum, de Londres. Entre os indicados, estão três projetos brasileiros.

Sem dúvida, a indicação mais curiosa é a da Lei Cidade Limpa, criada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que retirou outdoors, anúncios e regularizou as fachadas da cidade. A peculiaridade se deve não aos méritos da inciativa – que já foi inclusive elogiada por aqui – mas`a categoria em que ela foi enquadrada: “Graphics”, concorrendo com projetos de revistas, fontes, etc. (Vale um destaque para o lendário Peter Saville, que tem dois projetos na lista)

Na categoria dedicada `a mobília, os Irmãos Campana concorrem com sua série Transplastic, na qual fazem uma sobreposição de vime sobre cadeiras de plástico. Os materiais orgânicos seriam, segundo eles, uma resposta ao uso cada vez maior do plástico como matéria-prima:

Por último, representando a moda brasileira, está o estilista Ronaldo Fraga, com sua coleção outono/inverno 2007, inspirada na China:

A lista com todos os indicados pode ser vista aqui (em PDF).


Tropa fascista

05mar08

Quando o Arnaldo Bloch acusou o filme Tropa de Elite de ser fascista, muita gente chiou, mas as críticas começaram a aparecer. Era a senha para o envio da primeira tropa de choque.tropa-eliete.jpg

À frente, veio a Veja, bem ao seu estilo, fazendo uma defesa exaltada do filme. Na capa, a chamada já dava o tom: Tropa de Elite é o maior sucesso do cinema brasileiro porque trata bandido como bandido e mostra usuários de drogas como sócios dos traficantes. Tratar bandido como bandido deve ser a maneira como a revista chama a diferença de postura do Capitão Nascimento em relação ao garoto de classe média, pego comprando drogas e os favelados. O primeiro leva um corretivo, uma bronca; os outros não têm a mesma sorte – são asfixiados ou levam um tiro na testa. Ainda na mesma edição da Veja veio a primeira manifestação de uma das “3 bestas do apocalipse” (maneira carinhosa de chamar o Reinaldo Azevedo, o Olavo Carvalho e o Diogo Mainardi). Azevedo chamou os detratores do filme de “Bonde do Foucault”, em artigo com o sugestivo nome de Capitão Nascimento bate no Bonde do Foucault.

A poeira baixou um pouco e, já no início deste ano, veio o Urso de Ouro no Festival de Berlim. Padilha não demorou a argumentar que o prêmio era a prova de que o filme havia sido mal interpretado no Brasil – culpa do Bonde do Foucault, provavelmente.

Não adiantou, parece que o bonde é mesmo internacional. Ainda durante o festival, a americana Variety chamou o filme de fascista. Há poucos dias, o Guardian classificou Tropa de Elite da mesma forma, no artigo Fascism on Film. Era hora de mandar a segunda tropa de choque.

playboy.jpgNo dia 03/03, mais uma besta do apocalipse saiu em defesa de Padilha e Nascimento: dessa vez o “Olavão”. No dia seguinte, foi lançada a Playboy – da mesma Editora Abril, da Veja – com uma entrevista com o diretor do filme. Já na chamada de capa ele dispara: “O cara escreve que Tropa de Elite é fascista e depois acende um baseado“.

Essa é a parte mais emblemática da história. Se não fosse toda a celeuma envolvida, a gente poderia dizer que essa é uma declaração… fascista! Ainda não li a entrevista, mas de qualquer forma a capa já é por si só assustadora. Afinal, se a frase foi tirada de contexto, revela uma disposição gigantesca da revista – e da Abril – de manipular informações em defesa do filme. A outra hipótese é ainda pior: o Padilha acredita mesmo que existem duas classes (ou mais?) de cidadãos.

O que eu não consigo entender é: o que tem a ver o sujeito fumar ou não maconha com a opinião dele sobre um filme?


Depois de estourar em Londres, tocar no Coachella, se tornar uma das bandas mais hypadas dos últimos tempos e ver sua vocalista ser eleita pela “bíblia indie” inglesa, a NME, a terceira pessoa mais cool do mundo, o CSS conquistou o Youtube.

Um vídeo feito por um fã italiano, em cima da faixa Music is My Hot Hot Sex, se tornou o mais assistido do site, já alcançando mais de 87 milhões de visitas. Provavelmente colaboraram para o feito o nome da música ter os termos “music” e “sex”, dois campeões de buscas na internet, assim como o fato dela ser o tema de um comercial do iPod Touch.

A ironia, entretanto, é que o vídeo tem a cara da banda. Começou como uma brincadeira, despretensiosa, até mesmo tosca e acabou supervalorizado. Muita gente não se lembra, mas antes de ganhar o mundo o CSS se chamava Cansei de Ser Sexy. Era basicamente um grupo de amigos fazendo piadas em cima de bases eletrônicas bem simples. Nada muito diferente de outras bandas de rock ou de música eletrônica que, talvez cientes de sua pouca habilidade musical, se escondem atrás de uma postura “engraçadinha”.

A virada veio quando o hype começou a crescer, puxado inicialmente pela Erika Palomino, e depois pelo Lúcio Ribeiro. Foi o suficiente para levar o CSS para o Tim Festival. Para alguns, foi um dos piores shows da história do festival. Para a banda, foi apenas um show ruim, fruto da inexperiência em eventos desse porte. Independente disso, a projeção que o Tim Festival deu a eles foi suficiente para alavancar sua carreira na Europa e nos EUA, onde o resto da história é conhecida.

Voltando ao vídeo, será injusto se a banda não convidar o fã italiano para dirigir seu próprio vídeo-clipe. Seria uma recompensa para a brincadeira bem sucedida do rapaz e uma chance do CSS mostrar que realmente não se leva tanto a sério. E, claro, como os próprios números mostram, seria uma combinação perfeita.


Parece que não são só as gravadoras que andam perdidas com a revolução tecnológica na música… A revista masculina americana Maxim reconheceu publicamente ter publicado a resenha de dois discos sem que seus jornalistas tivessem lido.

A banda Black Crowes já tinha acusado a Maxim, mas a revista só reconheceu o erro depois que o rapper Nas questionou de que maneira seu último disco teria sido avaliado se as gravações não haviam sequer terminado. Em defesa da Maxim, seu diretor editorial declarou que o erro foram apenas as notas dadas para o disco, já que a matéria era para ser um preview, não um review (resenha).

No blog do Guardian, o colunista Steven Wells saiu em defesa da revista e declarou que quando trabalhava na prestigiosa NME ouvia algumas faixas por menos de 10 segundos.

Não é novidade para ninguém que a imprensa musical tem tomado uma surra dos blogs e tem  tentado correr atrás do prejuízo. Um exemplo nacional é a capa que a Ilustrada deu para Mallu Magalhães, garota de 15 anos, sem disco lançado, sucesso catapultado pelo MySpace. É preocupante, entretanto, constatar que essa suposta “modernização” da mídia convencional venha acompanhada de uma perda de qualidade e de princípios desse tipo.

Resumindo: esqueça as resenhas; ficou curioso, dê uma passadinha no MySpace ou no Hype Machine e confira você mesmo…


O maior fenômeno de anti-jornalismo dos últimos anos foi o que ocorreu com a revista Veja. Gradativamente, o maior semanário brasileiro foi se transformando em um pasquim sem compromisso com o jornalismo, recorrendo a ataques desqualificadores contra quem atravessasse seu caminho, envolvendo-se em guerras comerciais e aceitando que suas páginas e sites abrigassem matérias e colunas do mais puro esgoto jornalístico.”

O dossiê sobre a Veja que o Luís Nassif vem publicando é simplesmente imperdível. Principalmente para aqueles que ainda acreditam no que lêem na “maior revista do Brasil”.

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Atualização: google-bombing a Veja


 

Marky Ramone – ex baterista dos Ramones – acaba de lançar sua linha de camisinhas. O slogan é “Too Tuff to Break” – uma citação do disco de 84, Too Tough to Die. O perigo é o cara comprar as camisinhas, se inspirar nas músicas da banda e terminar o serviço em 2 minutos. Talvez o público feminino preferisse que o slogan fosse “Strenght to Endure”.


Essa semana o veterano DJ inglês Grooverider foi sentenciado a 4 anos de prisão em Dubai, por porte de drogas. No final do ano passado ele havia sido preso com 2,16g de maconha em sua bagagem. Não é o primeiro caso do tipo nos Emirados Árabes; não é, tampouco, o mais rigoroso, ou o único envolvendo pessoas de destaque. Um executivo da Endemol (empresa criadora do Big Brother) também se encontra preso, pela posse de substâncias proibidas.

No início do mês a organização Fair Trials International soltou um comunicado aos possíveis viajantes com destino aos EA, tratando das leis anti-drogas do país. A decisão de divulgar tal aviso veio quando um inglês foi sentenciado, também a 4 anos de cadeia, depois de serem achadas 0,003g de maconha grudadas em seu sapato. A quantidade não é visível a olho nu, e pesaria menos que um grão de açúcar. Além disso, o prisioneiro fazia apenas uma escala em sua viagem da Etiópia para Londres. Uma turista suíça também foi presenteada com 4 anos, decorrentes de três sementes de papoula encontradas em sua roupa – as sementes eram de um pão que ela comera no aeroporto de Heathrow, ainda na Inglaterra, onde o ingrediente é comum.

Há dezenas de casos como este citados em sites como o da FTI e o Secret Dubai Diary. Os relatos não se restringem a problemas com drogas, há também casos de estupros sofridos por estrangeiros – na maioria dos casos homens – e ignorados pelas autoridades.

Fico imaginando o barulho se acontecessem coisas semelhantes em Cuba ou no Irã; mas os Emirados Árabes são um importante aliado dos EUA, e Dubai é retratada pela mídia como um paraíso na Terra.